segunda-feira, 16 de agosto de 2010

COMO ANALISAR UM QUADRO

DEPOIS, NUM MUNDO VERDE




Ao serem confrontadas com uma pintura, há pessoas que não sabem como fazer a análise da obra.

Há pinturas que nos transmitem tranquilidade e repouso, porém outras, exactamente o contrário. Não importa as diferenças entre umas e outras; onde, que época, etc.. Os processos de análise
são comuns a todas; composição, peso visual, os planos, equilíbrio, linhas e dinamismo.

Todas elas analiticamente têm muito em comum.

COMPOSIÇÃOA pintura é uma forma de expressão num espaço em geral determinado pela dimensão do suporte, com conceitos básicos naturais. O EQUILÍBRIO e a SIMPLICIDADE. Existe a parte superior e a inferior e em cada uma delas a esquerda e a direita. Em geral a forma do suporte é rectângular ao qual chamamos plano básico.

PESO VISUAL
É o efeito óptico que produz, uma forma de grandes proporções ou uma cor muito intensa que designamos por peso.

Dividin
do uma obra em quatro partes iguais, quer dizer traçar uma linha vertical e outra horizontal ao centro.
A primeira relação que podemos estabelecer é a que divide a parte superior da inferior. A zona superior é a que menos peso visual tolera, e a parte inferior é a que mais tolera.
Não é difícil relacionar estas duas partes com a realidade física que nos envolve: a força da gravidade mantém tudo colado à terra, mas em cima encontramos o espaço praticamente sem matéria.
A segunda relação que estabelecemos é a esquerda direita, que, como na anterior, também nos conduz de uma zona menos densa, a outra mais densa. A conclusão é então, que a zona mais pesada corresponde ao sector inferior direito, e a zona mais leve, ao sector superior esquerdo.
Estes conceitos servem para identificar os pesos visuais dentro da obra, e a relação que têm as formas ou figuras no seu interior. Isto não significa que o peso maior visual, esteja sempre no sector inferior direito. Muitas vezes pode estar no centro, ou até no sector superior. Em tais casos o efeito de peso é mais evidente, pois quando colocamos o maior peso no local onde é menos tolerado, estamos a destacar essa forma ou cor, obrigando o observador a fixar-se repetidamente nela.

EQUILÍBRIO
É a sensação de estabilidade que nos é transmitida pela obra, por mais absurdo que seja o seu conteúdo. Uma boa obra de arte está perfeitamente equilibrada. Perceber o equilíbrio de uma pintura é um acto puramente intuitivo, e só depois de analisar se compreende. Repare-se em que locais estão posicionados os pesos visuais, depois analisê-mos os motivos da harmonia. Se o maior peso está nos sectores mais leves do plano básico, certamente encontraremos pesos mais suaves ou de menor dimensão nas zonas inferiores para equilibrar a obra.

DINAMISMO
Designamos por dinâmicas as forças que criam movimento na obra. As tensões dinâmicas expressam-se mediante numerosos meios visuais. Em primeiro lugar, o movimento depende da proporção. num circulo, as forças dinâmicas começam a partir do centro indo em todas as direcções. Num oval a tensão começa no eixo vertical para as extremidades. Num rectângulo existe tensão do eixo maior para o exterior. O conteúdo da obra definirá o sentido destes eixos, acima, abaixo, esquerda ou direita. A direcção percebe-se fácilmente. Há mais recursos para criar movimento, a inclinação das linhas ou formas, a deformação das figuras e também a interação das cores das cores contrastantes. A dinâmica da composição é mais evidente quando o movimento de cada um dos detalhes se adequa ao movimento ao movimento do conjunto. A obra de arte organiza-se em torno de um tema dinâmico dominante desde o qual o movimento se propaga por toda a área da composição.

SIMPLICIDADEQuando observamos uma pintura, não a entendemos como muitas partes, mas sim como um todo. Os nossos olhos comportam-se como a natureza, que tende a simplificar as relações de planos e cores. Desta maneira podemos analisar que algumas formas estão em primeiro plano e outras atrás, apercebemo-nos portanto dos vários planos contidos na obra, apesar de alguns deles ou parte deles estarem encobertos pelos primeiros.

TODA A OBRA DE ARTE DEVE EXPRESSAR ALGO
Isto significa, em primeiro lugar, que o conteúdo da obra deve ir mais além de que só a representação dos objectos que a constituem. Esses objectos são representativos, quer dizer, aqueles que se identificam sem esforço. Com a textura e a cor o artista pode produzir diversas emoções. Estas podem ser criadas pela cor, ou directamente pelo traço do pincel. Um traço grosso e vigoroso pode transmitir-nos inquietação. Um traço suave e fino transmitirá calma.


Identificar todos os itens, não é tarefa fácil de realizar. As obras de arte necessitam de um compromisso por parte do espectador, a verdadeira obra artística obriga a que nos esforçamos por entender o que ela nos quer transmitir. É uma questão de prática e intuição.


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